É uma subespecialidade na oftalmologia que estuda e trata afecções nas pálpebras, cílios e supercílios, bem como vias lacrimais e órbita. São estruturas que dão sustentação e proteção ocular, portanto, quando sofrem alterações, podem interferir diretamente na saúde ocular e qualidade de vida do paciente. Daí a importância de serem conduzidas por profissional que compreenda detalhadamente a anatomia e funcionamento oculopalpebral.
Esta especialidade atua desde o excesso de pele sobre os olhos, bolsas de gordura, rugas na região frontal da face, até a correção do mau posicionamento palpebral (ectrópio, entrópio, ptose), dos cílios e supercílios, desobstrução de vias lacrimais e tratamento clínico ou cirúrgico de tumores orbitopalpebrais.
Assim, a plástica ocular tem como objetivo o restabelecimento do contorno palpebral, melhora da expressão do olhar e da aparência, além de ser reparadora, propondo-se a melhorar alterações de causas genéticas, causadas por traumas ou inflamações ou pelo próprio envelhecimento.
As lágrimas são produzidas continuamente para lubrificar os olhos. As vias lacrimais são as estruturas que drenam a lágrima dos olhos para dentro do nariz. Quando ocorre alteração nessas estruturas, a lágrima não tem por onde ser drenada, causando sintomas de lacrimejamento, acúmulo de secreção ou infecções.
A obstrução lacrimal pode acontecer em qualquer idade. Nas crianças, geralmente é congênita, ou seja, durante o nascimento o canal lacrimal ainda não estava aberto, mas pode abrir com o crescimento ou com auxílio de massagens no local, orientadas pelo oftalmologista. Quando não houver melhora, é realizada a sondagem das vias lacrimais e com essa sonda é feita a abertura da obstrução.
No adulto as obstruções podem ser provocadas por traumas, inflamações ou tumores. O tratamento varia conforme a causa e o local da obstrução, podendo ser indicada abertura do ponto lacrimal, sondagem ou cirurgia para refazer a comunicação da lágrima no olho até a cavidade nasal.
Verrugas, “bolinhas” e pintas são chamados de tumores. São muito comuns nas pálpebras e podem ser removidos com pequenas cirurgias. Algumas características dos tumores já indicam benignidade, podendo ser feito o acompanhamento clínico; ou malignidade, devendo ser realizada a biópsia para o diagnóstico adequado.
O ideal é que o diagnóstico seja realizado no início do aparecimento das lesões, pois o tamanho e o tipo do tumor interferem nas chances de cura. As cirurgias para remoção do tumor devem ser bem planejadas e feitas pelo especialista, preservando da melhor forma possível a anatomia e função palpebral.
Os tumores intraoculares podem ocorrer nas crianças e nos adultos. Os mais frequentes são o retinoblastoma e o melanoma, tumores agressivos que podem ser letais se não tratados. Nas crianças, o que chama atenção dos pais, em geral, é a “pupila branca” ou “reflexo do olho de gato”. Nos adultos, ocorre frequentemente a perda progressiva da visão.
Os tumores orbitários, mesmo quando benignos, podem projetar o olho para frente ou causar baixa visual.
O exame oftalmológico regular pode diagnosticá-los mais precocemente, facilitando o tratamento e aumentando as chances de cura.
Trata-se de um procedimento seguro e eficaz para diminuir rugas faciais e espasmos. É um processo complementar a outros tratamentos realizados na região palpebral. Requer conhecimento técnico do médico na preparação e aplicação do produto.
No caso de rugas superficiais, o procedimento é capaz de removê-las completamente. Nas profundas, há uma redução da marca, podendo até mesmo desaparecer com as aplicações seguidas. A duração do efeito terapêutico do tratamento é de aproximadamente 4 a 6 meses.
Ptose palpebral significa “queda da pálpebra” superior. Pode causar problemas na aparência ou grave acometimento funcional, quando cobre a pupila. O paciente, inconscientemente, tenta compensar essa dificuldade, fazendo força para abrir os olhos, ou inclinando a cabeça para trás. A ptose pode ser unilateral ou bilateral, e a intensidade variar entre leve, moderada ou grave.
As causas são várias: fraqueza dos músculos que elevam as pálpebras, traumas, tumores ou outras doenças. Existem também doenças como o estrabismo ou inflamações nos olhos que podem simular uma ptose. Por isso, o exame oftalmológico completo é fundamental para descobrir a causa da ptose e definir a melhor técnica cirúrgica para cada caso.
O tratamento cirúrgico da ptose tem o objetivo de melhorar a função visual e a aparência. Os resultados cirúrgicos dependem da causa e intensidade da ptose e o paciente deve estar ciente dos benefícios e limitações no seu caso.
Em casos onde ocorre trauma, perda ou atrofia do globo ocular com dor crônica, podem ser necessários enxertos ou implantes definitivos. O objetivo é manter o volume orbital e simetria da face, bem como dar suporte ao uso de próteses, posteriormente. Estas próteses assemelham-se ao olho do paciente, permitindo a reabilitação social.
O lagoftalmo é o fechamento incompleto das pálpebras, causando exposição, ressecamento ocular crônico e até perfuração se não tratado adequadamente. Ocorre geralmente após paralisia facial periférica, devido à dificuldade em movimentar os músculos da face e consequentemente, as pálpebras.
O tratamento é cirúrgico, reposicionando a pálpebra inferior ou implantando um peso de ouro abaixo da pele da pálpebra superior, para auxiliar o fechamento palpebral.
O entrópio é a rotação da borda palpebral e cílios em direção ao olho. Causa muito desconforto, pois os cílios e a pele palbebral tocam no olho, causando dor, sensação de areia, lacrimejamento e secreção e até cicatrizes.
O entrópio pode ser intermitente no início, ou seja, só ocorre quando o paciente fecha os olhos com força. Porém, com o passar do tempo, a pálpebra fica constantemente mal posicionada. Em ambos os casos o tratamento é cirúrgico e não deve ser adiado, visto que compromete muito a qualidade de vida devido à intensidade dos sintomas.
É o afastamento da margem palpebral de sua posição anatômica, em contato com o olho. Assim, a porção interna da pálpebra e o olho ficam expostos à poeira, vento e sol, impedindo a lubrificação adequada do olho. Além do aspecto irregular e inestético, o ectrópio causa irritação nos olhos, secreção, lacrimejamento, ou até lesões mais graves como úlcera de córnea.
O ectrópio geralmente acomete pessoas mais idosas, devido à flacidez palpebral, porém em situações específicas também pode acometer pacientes mais jovens.
O tratamento consiste em cirurgia para reposicionar a pálpebra, melhorando o aspecto e o seu funcionamento.
A blefaroplastia, ou cirurgia plástica das pálpebras, é uma cirurgia onde remove-se o excesso de pele e gordura nas pálpebras inferiores e superiores. Estas alterações podem provocar sensação de peso nas pálpebras, coceira, perda de campo visual, além de aspecto triste e cansado. Também pode causar dificuldade na aplicação de maquiagem nas pálpebras.
O cirurgião deve conhecer a anatomia orbitopalpebral, considerando características étnicas, de idade e sexo do paciente para oferecer o melhor resultado, respeitando as limitações individuais de cada paciente.
Pode ser realizada a partir do momento em que o excesso de pele e gordura nas pálpebras estejam provocando prejuízo visual ou insatisfação com a aparência.
A blefaroplastia é realizada com sedação (na presença de anestesista) e aplicação de anestesia local. O paciente recebe alta hospitalar no mesmo dia da cirurgia e iniciam-se os cuidados pós-operatórios em casa. É importante a aplicação de compressas frias e evitar esforço físico, devido ao risco de pequenos ressangramentos e também para amenizar o hematoma periocular, que fica mais evidente principalmente na primeira semana. O uso de colírios ou gel lubrificante ocular também pode ser indicado.
Os resultados aparecem conforme o hematoma e o inchaço diminuem. A cicatriz geralmente é discreta devido à fina espessura da pele palpebral, podendo variar conforme características individuais. Na pálpebra superior, a cicatriz fica escondida na dobra palpebral, e na inferior pode nem ser aparente ou ficar discretamente abaixo da linha dos cílios.
Considerando o envelhecimento natural, é importante manter cuidados como proteção solar, alimentação saudável e evitar o tabagismo, ajudando a preservar os resultados ao longo do tempo.