O Dia Nacional de Combate ao Fumo (29/8) é uma oportunidade para alertar sobre os perigos do tabagismo e também incentivar as pessoas que estão buscando parar com o hábito. Na última década, o número de fumantes no Brasil reduziu em 40%. Dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, revelam que, em 2018, 9,3% dos brasileiros afirmaram ter o hábito de fumar. Em 2006, ano da primeira edição da pesquisa, esse percentual era de 15,7%.
Mais frequentemente associado a doenças pulmonares, cardíacas e vários tipos de câncer, o tabagismo também pode acarretar outras consequências à saúde do fumante. Aproveitando a data, o Dr. Gabriel de Almeida Ferreira, nosso oftalmologista, explica sobre as complicações na visão que o fumo pode trazer. “Com seus milhares de componentes nocivos à saúde, o cigarro está relacionado a um risco aumentado para diversas doenças oftalmológicas, como olho seco, catarata, degeneração macular relacionada à idade (DMRI), retinopatia diabética, glaucoma, uveítes e oftalmopatia de Graves (relacionada ao hipertireoidismo)”, conta o especialista em Córnea, Catarata e Cirurgia Refrativa.
O cigarro está relacionado a diversas doenças oculares. Algumas delas são reversíveis, como a catarata, a secura e alergias causadas pela fumaça. Outras, contudo, como o glaucoma e DMRI, não. Conforme explica o Dr. Gabriel Ferreira, o tabagismo pode ser fator de risco para doenças oculares já pré-existentes, como retinopatia diabética e DMRI. “Na degeneração macular, o cigarro é um fator de risco importantíssimo, talvez o maior entre as doenças oftalmológicas relacionadas. A doença pode ocorrer de forma mais precoce, com risco 65% maior na população fumante”, avalia. Estudos mostram que pacientes com DMRI tem o risco de cicatrizes maculares até 10 vezes maiores quando comparado com pessoas que nunca fumaram1.
Pesquisas também apontam que o cigarro aumenta o risco de catarata em 58%2, sendo que esse risco cresce proporcionalmente ao número de cigarros fumados por dia. Há também pesquisas que registram que uma pessoa que fuma mais de 15 cigarros por dia volta a ter um risco igual ao de quem nunca fumou, após ficar 20 anos sem fumar3. O mesmo não ocorre com que tem degeneração macular, uma vez que outros artigos4 sinalizam que mesmo ex-fumantes possuem risco aumentado comparado a quem nunca fumou, mesmo após décadas da cessação do tabagismo.
“Por tudo isso, o ideal é nunca fumar, mas, caso tenha esse hábito, o melhor é parar o quanto antes. Doenças como degeneração macular e glaucoma são silenciosas, por isso é importante que os fumantes realizem consultas preventivas ao oftalmologista uma vez ao ano”, afirma nosso especialista.