Glaucoma pode ser definido como uma lesão do nervo óptico, de caráter progressivo, com perda de campo visual e risco de cegueira, caso não diagnosticado e tratado a tempo.
Há direta relação com a pressão intraocular (PIO), sendo que a maioria dos portadores de glaucoma apresenta PIO elevada.
O humor aquoso, líquido existente no segmento anterior do olho, circula constantemente para nutrir córnea, cristalino e malha trabecular. No caso do glaucoma, há uma menor drenagem do humor aquoso na região do trabeculado, levando a um aumento da PIO.
O glaucoma de ângulo aberto (grande maioria dos casos), geralmente evolui lentamente, sem que o paciente perceba. Já o glaucoma de ângulo estreito ocasionalmente pode apresentar sintomas, como fisgada no olho, associada a olho vermelho, borramento temporário da visão e percepção de halos coloridos ao redor de luzes. O diagnóstico precoce só é feito em exame oftalmológico preventivo.
O dano causado pelo glaucoma pode se transformar em cegueira irreversível. É por isso que a prevenção ainda é o melhor remédio: quando você diagnostica a doença precocemente, há menor o grau de lesão do nervo e maior chance de controle do glaucoma.
O tratamento consiste única e exclusivamente na redução da PIO. É feito à base de colírios, podendo ser complementado com comprimidos ou terapia a laser. Nos casos que não respondem adequadamente ao tratamento clínico/ laser, é necessário realizar a cirurgia de drenagem. Existem vários tipos de cirurgias, porém, a cirurgia convencional, também chamada de “trabeculectomia”, tem demonstrado efetividade e estabilidade na redução da PIO ao longo dos anos.
Casos moderados e severos são fundamentais que seu diagnóstico seja feito em tempo adequado, para que sua ação possa ser rápida e não cause maiores problemas ao portador, como a perda de visão irreversível. Importante lembrar que o tratamento, seja clínico ou cirúrgico, não recupera a visão perdida, mas tenta estabilizar o processo de perda.
Pacientes com glaucoma primário deverão usar a medicação por toda a vida, exceto se tiverem realizado algum tipo de cirurgia. Uma vez iniciado o tratamento do glaucoma, ele só poderá ser interrompido por orientação do oftalmologista.
Sempre tenha um frasco de colírio reserva e siga todas as orientações oftalmológicas. Se estiver usando mais de um tipo de colírio, deixe um intervalo de aproximadamente 5 a 10 minutos.
Mantenha os olhos abertos, olhe para cima e pingue uma única gota do colírio na parte de baixo. Logo após, feche os olhos e comprima com o dedo indicador o canto interno do olho por aproximadamente 1-2 minutos.
Estima-se que, aproximadamente, 65 milhões de pessoas sejam portadoras de glaucoma no mundo, sendo considerada a primeira causa de cegueira irreversível.
Quanto à etiologia de glaucoma, preferimos a utilização do termo “fator de risco”, ao invés de “causa”, para explicar o tratamento da doença. Dentre os fatores de risco para o glaucoma primário, incluem-se a PIO elevada, história familiar, idade avançada, etnia negra e espessura corneana mais fina.
O único fator de risco passivo de mudança é a PIO, que pode ser reduzida através das seguintes formas:
O oftalmologista realiza uma série de exames, todos indolores
Exame que mede a PIO. Em geral, os valores de normalidade estão entre 10 mmHg e 21 mmHg para pessoas sem glaucoma. A PIO varia durante o dia, sendo necessárias medidas em diferentes horários. É importante que o paciente se interesse em saber o valor de sua PIO.
O oftalmologista avalia clinicamente no consultório e poderá reconhecer o estado do nervo óptico (se há dano causado pelo glaucoma ou não).
Exame clínico da malha trabecular (ângulo) com auxilio de lentes espelhadas, fundamental nos casos de glaucoma, principalmente o de ângulo fechado.
Mede a espessura da córnea. Valores normais entre 530 micrometros e 550 micrometros. Se a córnea for mais fina do que o normal, a medida da PIO estará hipoestimada, e vice-versa.
Fotografia tridimensional do nervo óptico, realizada para se ter uma referência no início do tratamento e sempre que houver suspeita de progressão da lesão do glaucoma. Fundamental no acompanhamento da doença.
O glaucoma não controlado leva progressivamente à perda de partes do campo de visão. O exame de campo visual serve para detectar essas perdas e observar se esses defeitos progridem com o tempo.
Exame mais detalhado do nervo óptico e das estruturas que o formam. Auxilia no diagnóstico precoce através de detecção de lesões e no seguimento dos pacientes com glaucoma.