É um defeito de posicionamento dos olhos, ou seja, quando o olhar está numa direção num olho e em outra no outro olho.
A falta de alinhamento entre os olhos pode ser notada constantemente ou apenas em alguns momentos. Enquanto um olho fixa em frente, o outro desvia para dentro ou para fora, para cima ou para baixo.
É mais comum em crianças, mas pode ocorrer em adultos.
Ortóptica é a ciência da visão que trata os distúrbios da motilidade ocular (movimento dos olhos) tendo como principal objetivo a reabilitação das perturbações da visão binocular (uso simultâneo dos olhos) provocadas pelo desequilíbrio de alinhamento dos olhos como, por exemplo, alguns tipos de estrabismo, insuficiência de convergência (desvios de fixação para perto) e apoio ao tratamento da ambliopia (baixa acuidade visual de um ou ambos os olhos) em crianças.
A principal vantagem da visão binocular é a visão estereoscópica, conhecida como visão em 3D, muito utilizada atualmente em cinemas e televisões de última geração.
A Insuficiência de convergência pode provocar sintomas de dor de cabeça, cansaço visual, embaralhamento e desconforto ao ler, que podem ser solucionados com um tratamento ortóptico.
O ortoptista é o profissional da área da saúde graduado em Ortóptica e habilitado para avaliar e tratar os distúrbios sensório-motores por meio da avaliação e tratamento ortóptico.
Este profissional atua, também, nos testes e treinamentos com auxílios ópticos para pacientes com baixa visão – ou visão subnormal – dando suporte ao oftalmologista quanto à indicação de auxílios ópticos para melhora da qualidade visual tais como lupas, telescópios, lentes especiais de aumento, lupas eletrônicas.
Exames especializados para medir a capacidade de enxergar de bebês e crianças pré-verbais também são realizados pelo ortoptista, aplicando-se o Teste de Cartões de Acuidade de Teller, também conhecido por Olhar Preferencial.
A melhor forma de identificar a necessidade de uma avaliação com o Ortoptista é consultando seu médico oftalmologista que, após exame oftalmológico completo, identificará a necessidade de avaliar com um profissional da área.
O tratamento do estrabismo depende da causa e do tipo de desvio.
Em alguns casos de estrabismo pode ser necessário o uso de tampão por algumas horas do dia. O objetivo deste tratamento é o desenvolvimento normal e simétrico da visão em ambos olhos. Geralmente é realizada oclusão do olho de melhor visão para estimular o desenvolvimento da visão no olho que está mais fraco, evitando assim a ambliopia (“olho preguiçoso“).
Nos casos de estrabismo acomodativo o tratamento é feito com a prescrição do óculos adequado.
Em alguns casos específicos o estrabismo pode ser tratado com aplicação de toxina botulínica no músculo, o que causa uma paralisia temporária no mesmo com o objetivo de reequilibrar a força dos músculos.
Em muitos casos o tratamento é realizado por cirurgia, pode ter a finalidade de reestabelecer a visão binocular (tratamento da visão dupla) ou finalidade estática (melhora apenas do alinhamento ocular sem melhora da visão). Esta pode ser realizada em qualquer idade.
Quando um ou ambos os olhos desviam para dentro. Pode ser de três tipos:
Quando um ou ambos os olhos entortam para fora. Pode ser fixo (contínuo) ou intermitente (ocorre em alguns momentos). Quando intermitente manifesta-se mais frequentemente quando o paciente olha para longe ou em situações de desatenção e cansaço.
O tratamento pode ser feito por meio de exercícios, uso óculos ou cirurgia.
Quando o desalinhamento é de um dos olhos para cima ou para baixo. Pode ser fixo ou aparecer apenas em algumas posições do olhar. Em muitos casos a criança ou o adulto podem apresentar posições de cabeça que mascaram o estrabismo e fazem com que o paciente tenha uma visão melhor. Quando o estrabismo está aparente pode causar visão dupla. A posição de cabeça pode ser confundida com torcicolo. Nesses casos geralmente é necessário cirurgia para correção do desvio ocular.
É uma condição em que fatores anatômicos ou funcionais podem simular um desvio nos olhos.
Nos primeiros meses de vida os olhos podem desviar-se por alguns instantes, o que só se normaliza após o desenvolvimento da fixação na criança, em torno de seis meses.
Outras causas importantes são o formato achatado e largo na base nasal, próprio da criança, e o epicanto, que é uma proeminência de pele no canto interno dos olhos. Ambos encobrem a parte branca dos mesmos, principalmente quando a criança olha para os lados. Com o crescimento, esses aspectos tendem a diminuir e a desaparecer.
O primeiro sintoma é o desvio de um ou ambos os olhos. Muitas vezes, a criança pode desviar ou fechar um dos olhos sob o estímulo da luz, ou entortar a cabeça para alinhar os olhos.
Quando há suspeita da existência de estrabismo, a criança deverá ser encaminhada logo ao oftalmologista.
Estrabismo não desaparece com o crescimento, mas pseudoestrabismo (falso estrabismo), sim.
Quanto mais precoces forem o exame e o tratamento, melhor será o resultado.
O tratamento para o estrabismo não é sempre cirúrgico, podendo em alguns casos ser feito por uso de óculos e exercícios.
Se for indicada cirurgia, quanto mais cedo for feita, melhor a chance de a criança desenvolver visão normal.
O tratamento por cirurgia pode ser feito em qualquer idade. A correção estética do estrabismo não tem limite de idade para ser realizada e a chance de sucesso é muito grande em qualquer fase da vida.
O estrabismo pode estar relacionado a falha no desenvolvimento da visão (ambliopia – conhecida popularmente por “olho preguiçoso“). A visão se desenvolve até aproximadamente oito anos de idade. Quanto antes for diagnosticada e tratada alguma falha neste desenvolvimento melhor será o resultado final. Após esta idade o tratamento já não tem tanto efeito sobre a qualidade visual e a visão ficará mais fraca, independentemente do uso de óculos ou realização de cirurgias.
O estrabismo pode ocorrer por diversas causas. As principais são o estrabismo relacionado a alta hipermetropia (estrabismo acomodativo) e o estrabismo por alteração na força muscular.
Os movimentos oculares são efetuados por seis músculos que devem trabalhar dentro de um sistema de equilíbrio de forças para manter os olhos alinhados. Um desequilíbrio neste sistema, como um músculo que se torne mais fraco que os demais, pode explicar o estrabismo. Esta alteração no equilíbrio pode ser secundária a traumatismos na cabeça ou na face, por diabetes descompensado, por AVC (acidente vascular cerebral), secundário a malfornações congênitas.