(Ambliopia, Calázio, Doenças da Esclera, Presbiopia, Pterígio)
O pterígio aparece comumente em pessoas que trabalham em locais com muito sol, vento ou poeira. Começa com uma pelezinha em cima da esclera (branco do olho), que vai crescendo em direção à pupila (menina do olho).
Geralmente provoca ardor e queimação, deixando os olhos vermelhos, e piora quando o olho é exposto ao sol, vento, poeira, ar condicionado e produtos químicos (shampoo, maquilagem e cremes). O sintoma pode melhorar com o uso de compressa fria e lubrificantes.
O pterígio pode crescer depressa, mas o mais comum é crescer lentamente ou estacionar. Quando ocorre crescimento rápido ou irritação muito frequente pode ser indicada cirurgia para retirada do mesmo, sob anestesia local.
Na esclera as alterações do tipo inflamatório são as mais encontradas. De acordo com o local afetado, podem-se dividir essas alterações em episclerites e esclerites. Doenças esclerais também ocorrem em enfermidades metabólicas, degenerativas, neoplásicas e por traumatismo.
Calazio é uma protuberância na pálpebra, consequente da inflamação dos canais secretores das glândulas meibomianas. É também chamado de cisto meibomiano ou lipogranuloma. Temos, em média, 35 glândulas de Meibomius na pálpebra superior e 25 na inferior. A secreção sebácea produzida por estas glândulas é essencial à lágrima e é liberada por orifícios localizados na borda palpebral. Quando orifícios são bloqueados, há acúmulo de produção nos canais das glândulas, originando o calázio. Pessoas com dermatite seborreica ou acne rosácea têm maior chance de desenvolver calázios.
Sinais e sintomas
Massa palpável na pálpebra, pálpebras sensíveis, lacrimejamento, inchaço dolorido das pálpebras, sensibilidade à luz.
Tratamento
O calázio geralmente desaparece sozinho dentro de quatro semanas. Compressas mornas de 10 a 15 minutos, quatro vezes por dia, visam à drenagem. Em alguns casos, o médico pode prescrever pomadas com antibiótico e corticoide e, em casos específicos, anti-inflamatórios por via oral.
Se o calázio persiste por muitas semanas, ou continua a aumentar de tamanho, uma pequena cirurgia poderá ser necessária. A técnica cirúrgica de escolha é uma pequena incisão feita na pálpebra evertida, para permitir a drenagem do conteúdo do cisto. O acesso é feito pela parte de dentro da pálpebra para evitar cicatrizes visíveis.
Ambliopia é a situação do olho que tem visão baixa mesmo com a melhor correção óptica e sendo anatomicamente normal. Um olho amblíope não perdeu a visão, ele não conseguiu desenvolver esta visão.
As causas mais frequentes da ambliopia são o estrabismo (o olho que fica torto não desenvolve como o que fixa) e as diferenças dos erros refracionais entre os olhos (anisometropia, “graus” muito diferentes entre os olhos). Crianças com catarata congênita também podem ficar amblíopes, por falta de uso da visão no olho afetado.
O diagnóstico e o tratamento precoce são as medidas mais eficazes para evitar a baixa de visão da ambliopia. O tratamento da ambliopia deve ser feito o mais cedo possível, pois tem melhor resultado quando realizado na fase em que o cérebro ainda está aprendendo a ver. O olho a ser tratado deve ser avaliado e, se necessária, a correção óptica (o “grau” que permite a melhor visão que aquele olho alcança), deve ser usada. O olho de melhor acuidade visual (ou seja, o olho bom) deve ser ocluído, para estimular o olho mais fraco a se desenvolver.
Geralmente a criança não aceita bem a oclusão do olho bom (ela não quer ficar vendo apenas com o olho ruim, sente dificuldade), mas a persistência dos pais no tratamento vai levar ao melhor desenvolvimento possível para o olho ruim. Deve-se esclarecer que, nos casos de estrabismo com ambliopia, a estimulação da visão é o primeiro passo no tratamento e a correção do estrabismo (desvio) em si deve ser feita depois. A maior parte das ambliopias é curada se o tratamento for seguido de acordo com a orientação do oftalmologista. O olho amblíope não tratado terá uma baixa visual irreversível depois de certa idade.
A criança amblíope pode ter um desenvolvimento normal e não demonstrar qualquer problema! Por isso o exame oftalmológico nas fases iniciais da vida é indicado e o acompanhamento do desenvolvimento da criança é muito importante na prevenção.